Desporto
14 maio 2023 às 20h27

Barcelona termina com hiato de quatro anos e volta a ser campeão

Após quatro épocas a ver os rivais triunfarem, o Barcelona voltou a conquistar a Liga espanhola de futebol, que comandou isolado desde janeiro

DN/Lusa

Em Cornella de Llobregat, casa do rival catalão Espanyol, os líderes 'culés' (85 pontos) asseguraram o seu 27.º título de campeão nacional, que escapava desde 2017/18, após triunfarem por 4-2, na 34.ª jornada, quando faltam disputar quatro, sendo que já não podem ser alcançados pelo Real Madrid, segundo colocado, a 14 pontos.

A equipa 'blaugrana', comandada por Xavi Hernández, de 43 anos, uma referência do clube, face às 17 épocas ininterruptas na equipa principal, voltou a estar na rota dos títulos e das boas exibições, algo que conseguiu sem concorrência até final.

Só o Real, com 35, tem mais campeonatos espanhóis do que o FC Barcelona, agora com 27, seguido de Atlético (11), Athletic Bilbau (oito), Valência (seis), Real Sociedad (dois), Deportivo da Corunha, Sevilha e Bétis, todos com um.

Depois de ver os clubes de Madrid festejaram a La Liga, o Real, em 2019/20 e 2021/22, e o Atlético, em 2020/21, o 'Barça' arrecadou o tão desejado troféu na 'era' pós-Lionel Messi -- saiu para o Paris Saint-Germain há dois anos.

Apesar de um início equilibrado com o Real, o FC Barcelona agarrou a liderança isolada do campeonato à 16.ª jornada, em 08 de janeiro, face a um triunfo tangencial em Madrid, no reduto do Atlético (1-0), para nunca mais largá-la.

O percurso na La Liga acabou por ser feito em 'modo passeio' na segunda metade da temporada, em que apenas perdeu por duas vezes -- em Almería (1-0) e Madrid, na casa do Rayo (2-1) -, muito por culpa do 'irreconhecível' Real Madrid e do afastamento precoce das competições europeias.

Na Liga dos Campeões, 'caiu' na fase de grupos, sendo relegado para a Liga Europa, na qual acabou afastado pelos inglses do Manchester Untied, enquanto, na Taça do Rei, que venceu pela última vez em 2020/21, ficou-se pelas meias-finais, aos 'pés' do Real Madrid.

Liderados em campo pelo artilheiro polaco Robert Lewandowski, autor de 21 golos e seis assistências na prova, na primeira época com as cores 'blaugrana', o 'Barça' contou com a crucial ajuda da juventude de Raphinha, do francês Dembelé, Gavi e Pedri, aliada à experiência de Busquets, que vai deixar o clube no final da época, Jordi Alba e de Gerard Piqué, que pouco jogou, tendo colocado um ponto final da carreira no decorrer na temporada. Na baliza, o alemão Marc ter Stegen revelou-se parte importante do sucesso, mantendo a baliza inviolável durante vários jogos.

Se dentro das quatro linhas no campeonato espanhol a prestação foi muito convincente, fora dele, o FC Barcelona, liderado por Joan Laporta, após regressar à presidência em março de 2021, viu, no mês de março, o seu nome envolvido numa investigação judicial por pagamentos milionários ao antigo vice-presidente do Comité Técnico de Árbitros, José María Enríquez Negreira.

A época 'culé' ficou marcada pela negativa face ao caso que surgiu na sequência de investigações do Ministério Público de Barcelona, que dão conta de que o antigo responsável da arbitragem espanhola recebeu, através de uma empresa, quase sete milhões de euros por alegada assessoria ao clube, entre 2001 e 2018.

Este caso, no qual o clube catalão é indiciado do crime de corrupção em negócios na forma continuada, vai ser apenso a um outro, resultado de uma denúncia apresentada pelo antigo árbitro e atual videoárbitro Estrada Fernández contra Negreira e a empresa Dasnil 95, por corrupção desportiva.

De acordo com a justiça espanhola, o Barcelona "manteve um acordo verbal estritamente confidencial" com José Negreira, de forma que este, "a troco de dinheiro, realizasse ações tendentes a favorecer o Barcelona na tomada de decisões dos árbitros" nos seus jogos.

Mais recentemente, por culpa dos problemas financeiros que afetam o emblema da Catalunha, a Barça TV vai encerrar em 30 de junho, o que irá permitir economizar anualmente cerca de 15 milhões de euros (ME).