O elo perdido

Há momentos em que a evolução é uma regressão temporária, quem sabe para tomar balanço.

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Ao pai da Sãozinha, não era só o bagaço que o fazia cair, era toda a sua vida que o injuriava, se atirava a ele à cabeçada e ao coice, por vezes de forma orquestrada, por vezes simplesmente de maneira colérica ou ordinária, mas, apesar disso, cair não o assustava, não esperava do destino muito mais do que a queda constante e teimosa: o que era para ele essencial era continuar, reerguer-se, cumprir um dever, aguentar em silêncio a aspereza da vida e acolher com rijeza, sem tremer, os infortúnios impostos pelo fado ou pela sociedade. Se a roda da fortuna o atirava ao chão, era apenas para que pudesse ter a hombridade e o privilégio de se levantar.

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