A trágica figura do resgate

Há um enorme paradoxo, cada vez maior, da política económica do Estado: a incapacidade de dizer não àqueles que solicitam o resgate público.

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É da praxe que em Portugal, sempre que se critica o mau desempenho das empresas públicas, logo surge alguém a recordar os milhares de milhões de euros que foram gastos nos últimos anos a salvar bancos da falência. Ora, sendo certo que a inépcia de uns não apaga a dos outros e que a falha de governo é tão ou mais comum do que a falha de mercado, a crítica não deixa de causar alguma sensação e muito rebuliço nas falanges de apoio. Todavia, a tentativa de encetar o golpe argumentativo, feita com o intuito de blasfemar a economia de mercado — falhando, contudo, na defesa da economia estatizada e das empresas públicas… —, acaba por deixar em aberto um enorme paradoxo, cada vez maior, da política económica do Estado: a incapacidade de dizer não àqueles que solicitam o resgate público.

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