23 de novembro de 2022
ATUALIZADO EM

Florentino agarra o comando do meio-campo do Benfica com Schmidt

No sistema de Roger Schmidt, com Enzo ao lado, o português de 23 anos tem crescido em particular nos terrenos mais avançados. O camisola 61 subiu na quantidade e na qualidade de passe, assim como em sucesso nos duelos ofensivos e nos dribles. Mais completo, o internacional sub-21 nunca jogou tanto como em 2022/23 (1989").

Pedro Miguel Azevedo

Em 2022/23 Florentino alargou o seu raio de ação em campo e tem vindo a ganhar um protagonismo nunca visto enquanto sénior. Às mãos de Roger Schmidt, o internacional sub-21 português tem sido moldado para ser mais completo, não só nos aspetos que mais dominava desde a formação, os defensivos, mas acima de tudo, ao afirmar-se mais nos metros subidos do relvado.

Já com mais jogos (26), mais minutos (1989) e mais assistências (3) do que em qualquer uma das épocas anteriores inteiras, o camisola 61 das águias apresenta clara evolução na qualidade do passe, mas também na forma como se associa no futebol coletivo do Benfica, em particular nos duelos ofensivos e nos dribles, seguindo à risca o que o técnico lhe tem pedido nos jogos e limado nos treinos.

Tendo ficado à porta do Mundial do Catar, ele que ainda fez parte da lista de 55 elementos de Fernando Santos antes do corte para 26 nomes, Florentino tem sido o parceiro ideal de Enzo Fernández no corredor central do meio campo. Aliás, até se pode dizer que mesmo com a preponderância do argentino na estratégia elaborada por Schmidt, o português consegue ainda assim brilhar alto.

No capítulo do passe há um Florentino do presente que se demarca do Florentino da época passada, quando esteve cedido ao Getafe de Espanha, tal como do que iniciou 2019/20 no plantel sénior dos encarnados com Bruno Lage, técnico que o lançara na segunda metade da temporada anterior. Atualmente, em média, o médio faz 70,5 passes por jogo, superando largamente as médias que conseguiu atingir tanto no Getafe (36,5) como nessa época com Lage ao comando (52,2). A eficácia do mesmo é também superior (91,8%), algo que se reflete ainda nos passes para o ataque: agora apresenta 84,6 por cento de sucesso.

Médio mais envolvido na circulação de bola

Nesta forma de jogar das águias, a dois na intermediária, Florentino floresceu e a equipa aparece mais em volta de si: recebe por jogo 55,5 passes dos colegas e é mais eficaz em duelos ofensivos e em dribles do que nas temporadas em análise. A sua maior projeção no terreno também dá mais recuperações no miolo contrário, culminando este maior raio de ação com as três assistências (duas frente ao Estoril, uma ante o Marítimo).

Valorização ligou holofote da Seleção

A carreira de Florentino tem sido marcada pelas presenças habituais nos vários escalões das seleções nacionais e, nessa caminhada, apenas falta jogar pela equipa principal. As exibições pelo Benfica em 2022/23 fizeram Fernando Santos equacionar uma chamada do médio para o Mundial, como fez com António Silva, mas essa hipótese ficou adiada. Pelo menos, para já. A nível internacional, representou Portugal dos sub-15 aos sub-21 tendo, pelo meio, ajudado nas conquistas dos campeonatos da Europa de sub-19 (2018) e de sub-17 (2016). No mês passado renovou contrato com as águias até 2027, ficando blindado por uma cláusula de 120 M€.