Ex-fuzileiro acusado de homicídio após estrangulamento no metro de Nova Iorque

Homem em situação de sem-abrigo, de 30 anos, foi morto no metro de Nova Iorque. Caso gerou protestos. Daniel Penny, o responsável pela morte, entregou-se esta sexta-feira à polícia.

Foto
Daniel Penny estrangulou um homem em situação de sem-abrigo no metro de Nova Iorque Reuters/DAVID DEE DELGADO

Um antigo sargento da Marinha dos Estados Unidos foi esta sexta-feira acusado de homicídio involuntário de um homem em situação de sem-abrigo no metro de Nova Iorque, horas depois de se ter apresentado às autoridades.

O ex-militar agora detido, Daniel Penny, foi filmado a estrangular Jordan Neely, homem negro de 30 anos, no dia 1 de Maio, numa carruagem do metro de Nova Iorque, em Manhattan. De acordo com a autópsia, a causa da morte foi a força exercida no pescoço, mas os advogados de Daniel Penny alegam que o cliente não tinha intenção de matar a vítima.

Segundo o relato de testemunhas, naquele dia, Jordan Neely, conhecido por fazer imitações de Michael Jackson para ganhar dinheiro, estava a gritar, queixava-se de fome e que não tinha nada para comer nem beber.

Dizia também que não se importava de ser preso e que estava pronto para morrer quando Daniel Penny o agarrou por trás, pelo pescoço, e o imobilizou no chão da carruagem com um golpe de "mata-leão". Neely ficou inconsciente, sendo o óbito declarado mais tarde.

Protestos pela morte de Jordan Neely durante esta semana em Nova Iorque. Lusa/SARAH YENESEL
Protestos pela morte de Jordan Neely durante esta semana em Nova Iorque. Lusa/SARAH YENESEL
Protestos pela morte de Jordan Neely durante esta semana em Nova Iorque. Reuters/David Dee Delgado
Fotogaleria
Protestos pela morte de Jordan Neely durante esta semana em Nova Iorque. Lusa/SARAH YENESEL

O antigo fuzileiro naval, de 24 anos, entregou-se esta sexta-feira às autoridades e foi acusado de homicídio involuntário pelo tribunal de Manhattan, tendo ficado em liberdade depois de pagar uma caução de 100 mil dólares. Deverá voltar a apresentar-se em tribunal a 17 de Julho.

Logo na sequência da morte de Neely, no início do mês, Daniel Penny já tinha sido identificado pela polícia como um ex-militar que vivia em Queens, na cidade de Nova Iorque. Já tinha sido levado até à esquadra mas não ficou detido e regressou a casa.

Depois de o vídeo do estrangulamento ser partilhado nas redes sociais, a morte de Jordan Neely motivou protestos na cidade de Nova Iorque e reacendeu o debate sobre a forma como são tratadas as pessoas sem-abrigo, as pessoas negras e as pessoas com doença mental.

Sugerir correcção
Comentar